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O que é uma caixa Euclides ?

Atualizado: 16 de out.


Introdução



A expressão “caixa canhão Euclides” refere-se a um tipo de gabinete acústico concebido para reforçar graves com bastante impacto, utilizando a geometria de dutos e câmaras para melhorar o desempenho no espectro de baixas frequências. O nome “Euclides” provavelmente é originado de um fabricante ou marca regional que popularizou esse modelo, especialmente no Brasil, para uso automotivo ou sistemas de som de alta potência.

Essas caixas são geralmente utilizadas com woofers (alto-falantes de graves) de grandes diâmetros (12″, 15″, 18″ etc.), e são bastante comuns em projetos de som automotivo, sonorizações externas ou em “paredões de som” (configurações de som de impacto em eventos de música eletrônica, funk, sertanejo etc.).



Princípios Acústicos e Funcionamento



Para entender o que torna uma caixa canhão Euclides (ou qualquer caixa canhão) diferente de caixas convencionais, é importante analisar os seguintes elementos acústicos:

1. Duto ou “tubo de saída” — o “canhão”

A característica marcante é a presença de um duto (ou “tubo”) de grandes dimensões, muitas vezes bem alongado, que conecta a câmara interna da caixa à “boca” externa, onde o som sai para o ambiente. Esse duto atua de forma semelhante a um sistema de carga (horn) ou de duto bass-reflex, mas projetado para reforçar as baixas frequências e aumentar a pressão sonora nas notas graves.

O duto pode ser reto ou ter dobras internas para economizar espaço físico, mas mantendo o comprimento acústico necessário para “sintonizar” a frequência desejada.

2. Câmara interna

Dentro da caixa existe uma câmara selada ou parcialmente selada que contém o woofer. Essa câmara serve para controlar a resposta e evitar reflexos indesejados que prejudiquem a linearidade.

3. Litragem e volume útil

O volume interno da câmara (medido em litros) precisa ser ajustado conforme o diâmetro do woofer, a excursão (quanto o cone se move) e a frequência alvo de ressonância. Uma caixa canhão Euclides geralmente é projetada para volumes grandes, justamente para acomodar dutos longos e permitir resposta de graves profundos.

4. Sintonização (frequência de ressonância do duto)

Um componente crítico é a sintonia do duto — ou seja, qual frequência esse “canhão acústico” favorece ou reforça. A fórmula de sintonia de dutos (análoga à de sistemas bass-reflex) levará em conta:

  • o comprimento efetivo do duto

  • a área da seção transversal do duto

  • o volume da câmara interna

  • perdas por atrito e turbulência no duto

Quando bem projetado, o sistema realçará as frequências gravitacionais desejadas, proporcionando maior pressão sonora (SPL) nessas bandas.



Construção e Materiais



Materiais comuns

  • MDF (12 mm, 15 mm etc.): bastante usado por sua estabilidade estrutural e boa acústica, além de ser fácil de usinar.

  • Compensado naval / madeira multilaminada: mais resistente a umidade e empenamento, boa opção para uso externo ou reforçado.

  • Reforços internos: para evitar vibrações ou microfonia, é comum adicionar reforços metálicos ou ripas de madeira internas.

Acabamento

  • Pinturas emborrachadas ou texturizadas – para proteger contra riscos e dar visual robusto.

  • Revestimentos internos com espuma acústica ou mantas para amortecimento de ressonâncias indesejadas.

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Montagem do duto

  • o duto deve ser cuidadosamente selado em sua junção com a câmara para evitar vazamentos que comprometam a eficiência.

  • se houver dobras internas, elas devem ser suavemente curvadas para reduzir turbulência sonora.



Vantagens e Desvantagens



Vantagens

  1. Alto rendimento nos graves — comparado a caixas seladas simples, a caixa canhão pode produzir mais pressão sonora nas frequências baixas com a mesma potência aplicada.

  2. Melhor projeção de som — a saída “canhão” ajuda a “projetar” o som para distâncias maiores.

  3. Resposta estendida — se bem dimensionada, pode alcançar frequências muito baixas com maior eficiência.

Desvantagens

  1. Tamanho volumoso — para obter o comprimento acústico desejado, muitas caixas canhão acabam grandes ou com dutos dobrados complexos.

  2. Projeto complexo — é desafiador modelar corretamente o duto, o volume, as perdas e garantir que não haja distorções.

  3. Perdas acústicas — no duto, ocorrem perdas por atrito e turbulência, se o duto não for bem construído ou dimensionado.

  4. Custo de construção elevado — madeira de qualidade, reforços e acabamento aumentam o custo.



Aplicações e Cenários de Uso



  • Som automotivo — em sistemas onde se busca muito grave (bass) para competição, essas caixas são bastante requisitadas.

  • Paredões de som / eventos externos — quando é necessário que o som de graves percorra longas distâncias e se faça sentir.

  • Sistemas completos de áudio — integradas com caixas de médio e agudo adequadas, criando arranjos em faixas de frequência bem definidos.

  • Projetos DIY (faça você mesmo) — entusiastas de áudio costumam “brincar” de dimensionar caixas canhão Euclides para maximizar impacto acústico.







1 comentário

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14 de mai. de 2024
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Muito bom, gostei muito das explicações.

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