Spl ou Low bass?
- Rodrigo Marcelino

- 30 de nov.
- 3 min de leitura
A escolha da caixa acústica é crucial para definir o tipo de som grave desejado, seja ele focado em SPL (Sound Pressure Level), que busca o máximo de volume e impacto, ou em Low Bass, que prioriza a profundidade e a qualidade das frequências mais baixas. As diferenças fundamentais residem no projeto da caixa, no tipo de alto-falante utilizado e na frequência de sintonia.

Entendendo a Diferença: SPL Bass vs. Low Bass
SPL Bass (Grave de Competição/Pancadão):
Foco: Pressão sonora máxima, volume alto e impacto. O objetivo é "sentir o grave" de forma intensa, muitas vezes em competições de som automotivo.
Frequências: Geralmente sintonizado para frequências médias-baixas a baixas (em torno de 50Hz a 80Hz, variando conforme o projeto).
Características Sonoras: Som mais "seco" e agressivo, com menos extensão nas frequências muito profundas (subgraves).
Low Bass (Grave Profundo/Qualidade):
Foco: Extensão da resposta de frequência, qualidade de áudio e profundidade. O objetivo é reproduzir os subgraves de forma clara e controlada, ideal para música eletrônica, hip-hop e audiófilos que buscam fidelidade sonora.
Frequências: Sintonizado para frequências muito baixas (abaixo de 40Hz, podendo chegar a 20Hz ou menos em sistemas de alta performance).
Características Sonoras: Som aveludado, encorpado e envolvente, que preenche o ambiente com graves que são sentidos no corpo.
Tipos de Caixas Acústicas e Suas Aplicações
O tipo de caixa é o principal fator que molda a resposta do alto-falante. Os materiais mais comuns na construção são o MDF ou compensado de madeira devido ao bom custo-benefício e rigidez.
1. Caixas Seladas (Susp. Acústica)
Princípio de Funcionamento: Totalmente vedadas, o ar interno funciona como uma mola pneumática para controlar o movimento do cone do alto-falante.
Ideal para: Low Bass e qualidade de áudio. Oferecem excelente resposta transitória (velocidade do grave), baixa distorção e um som mais natural. A desvantagem é a menor eficiência (volume mais baixo para a mesma potência) em comparação com as caixas dutadas.
2. Caixas Dutadas (Bass Reflex)
Princípio de Funcionamento: Possuem um ou mais dutos (tubos ou retangulares) que utilizam a energia sonora da parte de trás do cone para reforçar o som na parte frontal, aumentando a eficiência em uma faixa de frequência específica (frequência de sintonia).
Ideal para: SPL Bass (sintonias mais altas) e Low Bass (sintonias mais baixas).
Para SPL: Projetos geralmente maiores, com sintonia focada na frequência de pico do alto-falante para gerar a máxima pressão sonora.
Para Low Bass: Sintonia mais baixa e cuidadosa para estender a resposta de frequência e manter a qualidade.
3. Caixas Bandpass (Passa-faixa)
Princípio de Funcionamento: O alto-falante fica dentro de uma caixa com duas câmaras, uma selada e outra dutada. O som sai apenas através do duto.
Ideal para: SPL Bass, pois geram um pico de resposta muito alto em uma faixa de frequência estreita. São extremamente eficientes no volume, mas têm qualidade de áudio limitada e uma resposta de frequência menos plana, focando em um "soco" específico.
4. Caixas Tapped Horn e Afins
Princípio de Funcionamento: Designs mais complexos que usam princípios de cornetas para amplificar o som e direcioná-lo, muito comuns em sons automotivos de competição de alto nível.
Ideal para: SPL extremo. Oferecem eficiência absurda, mas são complexas de projetar e geralmente enormes, específicas para um único propósito.
Conclusão
A escolha entre uma caixa para SPL ou Low Bass depende do seu objetivo final:
Se você busca o máximo volume e impacto, designs dutados ou bandpass com sintonia mais alta e alto-falantes de alta potência são o caminho.
Se você prioriza qualidade, profundidade e graves envolventes, caixas seladas ou dutadas com sintonia baixa e alto-falantes projetados para baixa frequência de ressonância são ideais.


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